Depois das dicas dadas pelos meninos (Nando e Pablo) no ultimo ensaio, sobre o qual não escrevi a respeito, muitas coisas que já estavam claras para mim como problemas se tornaram transparentes.
- O estado do palhaço (a parte mais essencial);
- A precisão nas ações;
- O jogo vivenciado naquele momento;
- A limpeza na história, tirando o desnecessário;
- Mais situações relacionadas;
e assim por diante...
... são centenas de coisas para arrumar. A casa está uma desordem, terei que fazer uma faxina!
E estou animada!
Entrei para a sala sozinha. No início, como não havia planejado, pensei em seguir o roteiro que seria se todos estivéssemos juntos, retornando ao treino, mas vi que meu corpo pedia outras coisas.
Alonguei, bem alongado. Meu corpo perdeu uns 50% da elasticidade de antes. Uffs.. Dá-lhe trabalho para conseguir de novo.
Aqueci, fiz 500 abdominais. Quase morri, mas consegui.
Treinei a base, que havia se perdido nos intermináveis dias em que fiquei sentada na cadeira do escritório. A partir daí deixei a coisa fluir e acabei treinando bastante o controle dos movimentos, subindo e descendo em espiral, cada vez mais lento. Não consegui fazer aquele tempo maravilhoso de 50 minutos, como a Ana Cristina Colla do Lume Teatro descreve em sua tese de doutorado "Caminhante, não há caminho. Só rastros", mas foi bom pelo tempo que fiquei parada.
Foi então que me veio uma ideia. Por que não colocar isso que acabei de fazer em meu espetáculo?
Os meninos pediram pra eu levantar material, e foi isso o que fiz. Fui elaborando, detalhe por detalhe, e quase uma sena surgiu. Com trilha sonora e tudo.
Achei tão orgânico o que aconteceu, espero que seja assim todos os dias.
Jô de Oliveira