"Q.Q.ISS?! As Aventuras de Pendú e Camí do Outro Lado da Lua e do Arco-Íris o mais recente espetáculo do Grupo Sonhus Teatro Ritual. Dirigida pelo mímico e dramaturgo Miquéias Paz (DF), a peça será apresentada 22/09 setembro, no Teatro Goiânia, para contar a história de dois espantalhos andarilhos que, na jornada pelo mundo, se deparam com as humanidades.




Um gostinho do espetáculo Q.Q.ISS?!
(Fotos Gilson P. Borges)


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Critica por Lídia Freitas no blog Opinião Ltda. na integra:



SEGUNDA-FEIRA, 18 DE JUNHO DE 2012

Q.Q.ISS?!

Alguns dias atrás estive no aconchegante teatro do Cine ouro para o espetáculo “Q.Q.ISS?! As aventuras de Pendu e Cami do outro lado da lua e do arco-íris”.  É bem certo que o Grupo Sonhus Teatro Ritual já havia me convertido bem antes de abrirem as cortinas. Qualquer simpatizante de Pink Floyd não hesitaria 1 minuto diante da chance de ouvir em som 5.1 o The Dark side of the moon. Mais ainda quando a oportunidade está de mãos dadas com o clássico O mágico de Oz. E é por isso que fui ao teatro, ávida  por essa relação, velha conhecida do público. Mas o que ali se passou pela próxima hora e meia eu não poderia ter antecipado.  O mesmerizante baile de humanos e bonecos que tomou conta do palco despertou em mim no mínimo 24 tons de emoções. No coração dramático dessa narrativa estão dois espantalhos,(referência ao Mágico de Oz) que se libertam e partem em uma jornada de auto-descoberta e descoberta do mundo, ao som de The Dark side of the moon. A natureza profundamente filosófica do album é assunto que há algumas décadas povoa tanto mesas de bar quanto textos acadêmicos, partindo na maioria das vezes, de duas correntes teóricas populares: A especulativa e a levemente conspiratória. Uma ou outra, ou mesmo as tentativas mais acadêmicas de interpretar o álbum, levam sempre à conclusão de que a banda criou algo de caráter indubitavelmente universal e difícil de ser repetido. Talvez por isso mesmo seja sempre associado ao Mágico de Oz, obra igualmente triunfante sobre a passagem do tempo, trazendo questionamentos profundos que ainda são absolutamente atuais. E é essa universalidade que se faz presente no espetáculo Q.Q.ISS?!, através de cores e movimentos, do teatro do corpo, da arte circense e da representação mímica. A sutil criação de significados acontece através de uma apurada linguagem corporal dos atores e vai nos guiando quase que pela mão para reflexões sobre o ser e sobre a vida.
As canções do álbum The Dark side of the moon têm sido interpretadas como referência evidente ao ciclo da vida. Alguns estágios podem ser identificados nas principais faixas , e alguns deles estão visivelmente representados na jornada de Pendu e Cami. Considerando o que já foi dito sobre o assunto e algumas percepções pessoais, pode se dizer que a faixa Breath é uma referência clara ao nascimento do ser. Time seria a passagem do tempo na infância e juventude, o crescer. Money seria o trabalho. Us and them uma referência aos relacionamentos, à solidão e a diferença entre nós. E Brain Damage uma referência à loucura, ao inconsciente, à libertação e talvez até à morte. Assim, não é sem motivo que o espetáculo se inicia com Breath e com uma fantástica coreografia de Pendu, seguida pela tentativa de Cami de libertá-lo, de trazê-lo ao “nascimento”. O nascer é doloroso, envolve se libertar fisicamente do útero materno ( no caso de Pendu, sair do tronco), aprender a se manter em pé e posteriormente aprender a caminhar, atividades que Pendu representa, auxiliado por Cami. O espantalho Cami é um mentor e um provocador. Sua subversão o fez deixar sua roça e fugir para descobrir o que há do outro lado do mundo.  Assim, Cami e o novo amigo seguem na jornada da vida. Ao som de Time e The great gig in the sky, Pendu aprende a enfrentar seus medos (espantar os pássaros que pousam sobre ele) e aprende ainda a compreender a dor do outro. O cachorro gigante que se apresenta inicialmente como predador e tenta atacá-los, acaba se mostrando apenas uma criatura ferida. Quer machucar porque está machucado, quer atacar porque foi atacado. No entanto, quando ajudado pelos espantalhos, o animalzinho se torna dócil, pede agrados e por fim vai embora. Depois de enfrentar as intempéries e outras adversidades de uma jornada de fuga, os dois chegam ao que seria o outro lado da lua, mas se surpreendem ao constatar que lá ninguém se importa com eles, e todos parecem seguir uma dura rotina de trabalho. Ao som de Money, eles coreografam o trabalho na linha de produção em série e as atividades solitárias em que se envolvem os homens quando vão para casa ( T.V, computador, masturbação, etc). A vida do outro lado da lua não é tão glamurosa quanto imaginaram, e assim se prova o velho ditado de que a grama sempre parece mais verde do outro lado da rua. Nesse novo espaço eles também se envolvem em conflitos de relacionamento. Encantam-se com uma mulher (representada por uma boneca inflável) e brigam por ela, levando-a a morte. Depois do trágico desfecho, Cami começa a mostrar sinais de que não está mesmo seduzido pelo local e de que continuará sua jornada de procura por um lugar melhor, mas Pendu já não está disposto a seguí-lo. Sem resultado para sua negociação, Cami parte para o desconhecido sozinho, e Pendu está novamente preso. O espetáculo se encerra da mesma forma como começou, com a passagem do tempo e a imagem de um Pendu inerte. O The Dark Side of the Moon passa uma vez e meia durante o espetáculo, e as cortinas se fecham após o final deMoney.
Q.Q.ISS?!, apesar das tendências de divulgação no sentido da comédia, mostrou-se um espetáculo plural. Tragicômico, reflexivo e entretenedor, tudo ao mesmo tempo. Salvas as devidas proporções, o espetáculo segue o ensinamento Beckettiano e nos incomoda com suas perguntas existenciais, faz uma crítica feroz à sociedade, ao mesmo tempo em que nos fascina com uma narrativa inteligente e divertida.

Opinião Ltda.: Q.Q.ISS?!

Deem uma olhada no comentário desse blog sobre a estréia do espetáculo Q.Q.ISS?! Do Outro Lado da Lua e do Arco-Íris!!!

Opinião Ltda.: Q.Q.ISS?!: Alguns dias atrás estive no aconchegante teatro do Cine ouro para o espetáculo “Q.Q.ISS?! As aventuras de Pendu e Cami do outro lado d...


Genteeeeee olha nós INTERNACIONAL!!!!!! =D


TRAVESSIA PARTE III – ÊXODO EM BRASÍLIA!!



No dia 09 de Junho o Grupo Sonhus Teatro Ritual participará da Mostra Internacional de Mímica no Plínio Marcos, em Brasília (DF), com o espetáculo “Travessia Parte III – Êxodo”. A Mostra Internacional de Mímica promove, entre os dias 7 e 10 de junho, o encontro de sete espetáculos do Brasil e da América Latina, no Teatro Plínio Marcos, em Brasília. Artistas com diferentes processos de criação apresentam um breve panorama do desenvolvimento da mímica no país e no exterior. A iniciativa busca investigar o desenvolvimento dos diversos modos de se expressar através da mímica. A Mostra Internacional de Mímica integra o projeto de Ocupação do Complexo Cultural Funarte para o Teatro Plínio Marcos e tem o apoio da Secretaria de Educação do Distrito Federal.



Dia 9, às 21h
Travessia – Parte III – Êxodo
Com o Teatro Ritual (GO)
Classificação indicativa: 12 anos
Dois homens e duas crianças estão no mesmo barco, rumando ao desconhecido. Abaixo deles, toda a profundeza do rio imenso de suas almas. Acima, todo o encantamento do céu sob suas cabeças. À frente, o mistério de suas existências exposto à ambição do rótulo, do gênero, da dualidade do sexo à ambivalência vida e morte. O grupo Teatro Ritual trata dos paradoxos que existem no elo entre o texto, a palavra e as ações físicas, as fragilidades e as forças desta tríade.

Confira toda a programação completa no link abaixo:

http://www.funarte.gov.br/teatro/mostra-internacional-de-mimica-no-plinio-marcos-em-brasilia-df/

11:57 Postado por . 0 comentários

OLHA! OLHA! NOVO ESPETÁCULO!!!!!



Q.Q.ISS?! AS AVENTURAS DE PENDU E CAMI DO OUTRO LADO DA LUA E DO ARCO-ÍRIS
 
 Pendu é um espantalho que está preso em sua rotina de trabalho: cuidar da plantação. Muito tempo se passou sem que ele se movesse. Num inusitado dia, conhece Camí, um espantalho andarilho fugido de sua roça para percorrer o mundo. Curiosos com as possibilidades de mover as pernas Pendu e Camí partem juntos se aventurando em uma incrível jornada em busca do desconhecido. Uma divertida aventura cômico visual, que utiliza linguagens como a mímica, o teatro de bonecos, a máscara e o palhaço, em situações inusitadas que os espantalhos Pendú e Camí enfrentam para abordar a curiosidade que move a humanidade.
HOMENAGEM A BANDA PINK FLOYD E AO FILME MÁGICO DE OZ DIRIGIDO NO CINEMA POR VICTOR FLEMING
Os espantalhos se aventuram embalados pela trilha do álbum The Dark Side of The Moon, obra prima do grupo britânico Pink Floyd, que trata das pressões da vida, como tempo, dinheiro, loucura e morte. O espetáculo faz referencia ao fenômeno conhecido por The Dark Side of The Rainbow, efeito de origem misteriosa na cultura popular mundial, que consiste na reprodução simultânea do álbum do Pink Floyd com o filme O Mágico de Oz de 1939, revelando diversos momentos em que uma obra corresponde a outra. O espetáculo mergulha nessa experiência de sinestesia não causal, mas de sincronicidade de sentidos e significados para o deleite do publico que acompanhará as aventuras de dois espantalhos ao som progressivo do Pink Floyd.

Classificação: LIVRE

- dia 16 (sábado) ás 21h e
- dia 17 (domingo) ás 20h.

Apresentação beneficente. Você doa o quanto puder. Contribuição minima de R$2,00.

MAIS INFOS: www.teatroritual.com.br ou fone (62) 3208-6880

Aberto edital de concurso para seleção de videos de curta duração

O Laboratório Cultura Viva, um projeto realizado pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, junto com o Ministério da Cultura/Secretaria  de Cidadania Cultural e com a Fundação Universitária José Bonifácio, abre concurso para seleção de videos de curta duração para a Revista Lab Cultura Viva.
Essas instituições visam a produção, exibição, difusão, formação, pesquisa e experimentação em audiovisual em multimídia dos Pontos e Pontões de Cultura, estimulando a participação dos Pontos de Cultura.
As inscrições vão até o dia 02 de abril de 2012.
Para mais informações: http://labculturaviva.org/node/1047

Tudo Serto!


Depois das dicas dadas pelos meninos (Nando e Pablo) no ultimo ensaio, sobre o qual não escrevi a respeito, muitas coisas que já estavam claras para mim como problemas se tornaram transparentes.
- O estado do palhaço (a parte mais essencial);
- A precisão nas ações;
- O jogo vivenciado naquele momento;
- A limpeza na história, tirando o desnecessário;
- Mais situações relacionadas;
     e assim por diante...
... são centenas de coisas para arrumar. A casa está uma desordem, terei que fazer uma faxina!
E estou animada!
Entrei para a sala sozinha. No início, como não havia planejado, pensei em seguir o roteiro que seria se todos estivéssemos juntos, retornando ao treino, mas vi que meu corpo pedia outras coisas.
Alonguei, bem alongado. Meu corpo perdeu uns 50% da elasticidade de antes. Uffs.. Dá-lhe trabalho para conseguir de novo.
Aqueci, fiz 500 abdominais. Quase morri, mas consegui.
Treinei a base, que havia se perdido nos intermináveis dias em que fiquei sentada na cadeira do escritório. A partir daí deixei a coisa fluir e acabei treinando bastante o controle dos movimentos, subindo e descendo em espiral, cada vez mais lento. Não consegui fazer aquele tempo maravilhoso de 50 minutos, como a Ana Cristina Colla do Lume Teatro descreve em sua tese de doutorado "Caminhante, não há caminho. Só rastros", mas foi bom pelo tempo que fiquei parada.
Foi então que me veio uma ideia. Por que não colocar isso que acabei de fazer em meu espetáculo?
Os meninos pediram pra eu levantar material, e foi isso o que fiz. Fui elaborando, detalhe por detalhe, e quase uma sena surgiu. Com trilha sonora e tudo.
Achei tão orgânico o que aconteceu, espero que seja assim todos os dias.

Jô de Oliveira

Aborto



Não consegui...
Hoje não consegui ensaiar
Talvez o corpo, talvez a sala, talvez o sono... não sei, não saiu.
Sinto quase um alívio, misturado a uma sensação de perda, é como se tivesse abortado
Abortei uma missão
Pensando bem, acho que não foi nenhum motivo externo que me impediu, foi eu.
Ah que fracasso!
Tenho que encontrar formas para me motivar
Escrever mais sobre meu solo, limpar, organizar ou buscar novos figurinos e adereços. Estar mais envolvida, realimente inserida no processo.
Vou tentar.

Jô de Oliveira
Grupo Sonhus Teatro Ritual

Talvez tudo seja mais urgente, mas não mais importante..

O retorno é sempre muito difícil, não no sentido de relembrar e refazer o que já foi feito, mas no sentido de iniciar o retorno. Sempre aparecem outras coisas, talvez não tão importantes quanto, mas sempre mais urgentes.
Retornei hoje, para o meu solo, para o meu corpo, para o meu ofício. Sinto que apesar de difícil foi satisfatório, mas não tanto quanto estabeleci na meta. Fiz aquecimento, procurei coisas que estavam faltando, organizei figurinos, organizei espaço, escrevi... até que comecei!
Comecei!... e agora? O que fazer?
Fui fazendo, tentei não me apegar ao roteiro antigo, aos detalhes de movimentos, apenas foi fazendo o que meu corpo queria e tinha na memória.
De repente fui sentindo um alguém meio tímido, sem saber onde estava, com medo de tatear um lugar que a tanto tempo não visitava, esse alguém era Brida, minha personagem.
Quando ela foi aparecendo, fiquei tão contente, que queria por tudo filmar aquilo, mas a câmera não tinha bateria. Ahhh...
Mas continuei...
Brinquei com ela, seu jeito, seu andar, a fiz de boba, palhaça, ingênua. Como crianças, mas eu sempre observando e ela fazendo.
Descobrimos coisas novas, como o ventilador teimoso e cruel que não queria de modo algum entrar na bolsa dela, e ainda quis enforcá-la, amarrá-la e jogá-la no chão sujo e mofado do escritório. Parece mentira mas foi verdade.
Descobrimos o amor e que se pode fazer por ele, mesmo sem saber, às vezes desengonçada, às vezes sexy e às vezes masoquista. Para mostrar ao grande amor como ficaria bonita para o encontro, fizemos um streep tease. Pulamos em cima da mesa, nos arrastamos no chão, nos prendemos na cadeira, mas nunca perdemos a pose de gostosa, apesar dos desastres.
Mas chega o patrão para estragar a festa e temos que guardar tudo, do nosso jeito organizado. Luva na boca, sapato na sacola (um pé, pois o outro estava onde deveria estar, na sola), papeis espalhados no chão, ventilador dentro da bolsa, garrafa de café debaixo da cadeira.
Mas.. está Tudo Serto!!!

Jô de Oliveira
Grupo Sonhus Teatro Ritual